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ENTREVISTAS DE EGYDIO COELHO DA SILVA COMO DIRETOR-FUNDADOR DE VOZ DA TERRA DE ASSIS |
25-março de 2.008
Olá Sr.
Egydio Coelho, meu nome é Ana Paula Dias, curso o segundo ano de Jornalismo
na FEMA. Estou elaborando um jornal juntamente com meus colegas de sala, e
optamos pelo seguinte tema "200 Anos da Imprensa Brasileira", o meu trabalho
irá ser tratado a história do jornal Voz da Terra, mais para isso preciso
fazer algumas perguntas ao senhor. Conto bastante com sua ajuda.
ECS: Acho que tanto Voz da Terra como dois outros diários de Assis e as rádios locais têm participação intensa, efetiva e dão boa cobertura aos acontecimentos locais. 3ª) APD: quantos anos têm o Voz da Terra?
ECS: Voz
da Terra foi fundada em 14 de julho de 1.963, portanto, este ano completa 45
anos.
ECS: Voz
da Terra, quando o fundei, era jornal eminentemente opinativo, que dava
maior destaque a político, mais opinando que informando. Nosso slogan era
“Informar para servir”. Houve quem brincasse e perguntasse: “Por que vocês
não servem para informar em vez de “Informar para servir”? E tivemos muita
influência nas eleições municipais. Era tempo do chamado jornalismo
romântico, quando respeitava bastante o direito de livre manifestação de
pensamento. Hoje é diferente, existe uma censura e autocensura impostas aos
jornalistas pela Lei de Imprensa, pelo Código Civil e até pela Constituição
de 88. Hoje o delito de opinião recebe penas altíssimas que colocam em risco
a sobrevivência dos veículos de comunicação, o que os obriga a autocensurar
seus jornalistas. Colocaram o direito individual acima do direito da
sociedade de se informar e do jornalista de informar. De qualquer forma, os
jornais conseguem assim mesmo formar opinião pública, até pela seleção de
assuntos e pauta de matérias, mesmo dando espaço a quem não o merece. De
qualquer forma, hoje, embora se evite opinar a favor deste ou aquele
candidato, mostrando sua vida pregressa ou seu trabalho político,os jornais
continuam a formar opinião pública e influenciar no resultado das eleições. O candidato que seria apoiado pelos adhemaristas, centro-direita, que tinha o apoio da Gazeta de Assis, deveria ser o professor Clybas Pinto Ferraz, o qual seria derrotado por Abílio. Porém, os adhemaristas, temendo a derrota, conseguiram motivar Rui Silva a ser candidato. Aí a eleição de Abílio ficou difícil, mas mesmo assim a vitória de Rui Silva se deu por pequena margem de votos. Diferente do que tudo mundo pensava, Voz da Terra não parou de circular, após o pleito municipal. Nem mesmo, a perda das eleições e advento da Ditadura Militar alguns meses depois, em março de 64, impediram que o jornal continuasse a circular.
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Dezembro de 1.999
Sou Eneida Cintra Labaki, aluna do quarto ano do curso de História da Unesp-Assis. Desenvolvo esse projeto de iniciação científica financiado pela Fapesp desde junho de 1997.
Gostaria
de agradecê-lo por dispor-se a auxiliar-me nessa pesquisa, concedendo essa
entrevista por e-mail.
O
projeto, tem como principal fonte de pesquisa a imprensa do interior, no caso os
jornais da cidade: Jornal de Assis e Voz da Terra. O trabalho diretamente com as
fontes de pesquisa já foi finalizado, e, nesse momento, colho entrevistas de
diretores e ex-diretores dos já citados jornais, que serão utilizadas na
elaboração do relatório final da pesquisa, nesse sentido sua entrevista será
de grande utilidade para a pesquisa.
Eneida
Cintra:
Qual a sua formação profissional?
ECS:
Sou formado em jornalismo pela FAAP em 1.973.
Quando
terminei a Faculdade, o professor Scatinburgo (diretor da FAAP) me convidou para
lecionar, pois tencionava criar uma Cadeira de Jornalismo Regional na FAAP.
Porém, não aceitei porque não dispunha de tempo, pois era funcionário
público em horário integral.
Antes
mesmo de fundar VT, já tinha tido alguma atividade no jornalismo.
Dirigi
uma edição do jornal O Corbiano, órgão de divulgação do Centro de Oratória
Rui Barbosa, em 1.960 e também um jornal estudantil, O Cronofo, em 1.961, da
Academia de Letras XXI de Abril (Escola Técnica de Comércio Frederico Ozanam).
Quando
cheguei a Assis em 03-05-1.962, já levei comigo credencial para ser
correspondente de dois jornais da Capital: Gazeta Mercantil e Última Hora e fui
correspondente desses jornais até a fundação de VT que se deu em 14-07-1.963.
Colaborava também nos dois jornais locais: Jornal de Assis e Gazeta de Assis.
Eneida
Cintra:
O Sr. Foi um dos fundadores do VT? Por que achou importante fundar um novo
jornal para a cidade?
ECS:
Como você vê pela resposta acima, eu sempre fui apaixonado por jornalismo. E desejava muito ter um jornal meu. Além disso, a participação política sempre me empolgou. A oportunidade surgiu quando fechou o Jornal de Assis, que, na ocasião, era dirigido por Tuffi Jubran. Eu era presidente do diretório municipal do MTR e decidira apoiar o nome de Abílio Nogueira Duarte para prefeito nas eleições de 1.963. E o fechamento do Jornal de Assis, que era mais à “esquerda” do que o concorrente Gazeta de Assis, deixou nosso grupo político, sem cobertura na imprensa local. Foi quando, então, me ocorreu fundar um jornal. Em reunião no escritório de Tuffi Jubran, com o Abílio e outros companheiros, Tuffi chegou a sugerir me passar o título do Jornal de Assis e assim eu daria continuidade ao jornal que tinha mais de 40 anos de circulação na cidade.
Eu,
porém, não concordei, porque eu já tinha escolhido o nome Voz da Terra.
Eneida
Cintra: Existia
na cidade outro jornal em 1963, ano da fundação do VT? Se sim, o VT é fundado
em oposição a essa jornal?
·
ECS:
Existia a Gazeta de Assis, dirigida por Nélson de Souza, que circulava há 10
anos. Pode-se entender que fora fundada em oposição à Gazeta de Assis, pois
nosso grupo político era mais à esquerda e janista, e o Nélson era mais à
direita e adhemarista.
Eneida
Cintra: Que
cargo ocupa – e ocupou – no jornal?
·
ECS:
Sempre fui o dono do jornal.
Em
1.964, quando precisei adquirir oficina própria, admiti como sócio Odair
Macedo Pereira, que já era meu único emprego e o meu amigo pessoal, Antônio
João Tirolli, transferindo para eles 40% das quotas da firma.
Mais
tarde, com a saída do Odair, admiti Eli Elias, que já era nosso empregado
("menino inteligente e um faz tudo no jornal").
E,
na década de 70, admitimos Hélio César Rosas, num esquema para que eu ficasse
também sócio da Rádio Difusora de Assis. Hoje detenho 40% das quotas de VT e
o restante dos sócios 60%, sendo Eli Elias, o segundo sócio majoritário.
Eneida
Cintra: Como
surgiu o nome Voz da Terra para o jornal?
·
ECS:
Tinha vindo para Assis como funcionário público estadual e, com atividade política
intensa, temia que, por problemas políticos, pudesse ser transferido para outra
cidade.
Pensei,
então, um nome de jornal que servisse para qualquer cidade aonde eu fosse.
E
o nome Voz da Terra se encaixou bem sem cair no lugar comum de "A Cidade, A
Comarca, Jornal da Região", etc..
Eneida
Cintra: Existia,
no início, alguma relação desse jornal com o Jornal de Assis?
·
ECS:
O Jornal de Assis não foi contemporâneo de VT.
VT
nasceu depois que desapareceu o J.A. Antes de fundar VT, eu escrevia artigos
para o Jornal de Assis e também para a Gazeta de Assis. Tinha mais afinidade
com o J. A. por questão política. Certa vez, escrevi uma reivindicação em
forma de verso e publiquei no Jornal de Assis, que era dirigido na ocasião pelo
Tuffi Jubran e administrado pelo seu irmão Ramis Jubran.
Porém,
o segundo poema não pude publicar no J. A, pois se tratava de versos, com os
quais eu reivindicava o funcionamento de curso superior à noite na então
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Assis.
Ironicamente,
a Gazeta de Assis me publicou o poema.
É
que o J.A, ligado a Santilli Sobrinho, que era autor do projeto de lei que criou
a Faculdade, não admitia críticas à Faculdade. Se me recordo, o poema dizia:
"Faculdade pesquisa/ Pesquisa
a didática/ Faculdade noturna/ Pobre não tem vez...
Eneida
Cintra: Qual
a posição política do VT?
ECS:
Sempre batalhei para manter VT em posição centro esquerda. Se não tenho
conseguido, às vezes, é porque não moro em Assis e evito impor muito a minha
vontade em respeito ao Eli Elias e aos editores do jornal, que moram em Assis e
sentem mais de perto o que parece melhor para a cidade. A única coisa, que
sempre exijo da equipe, é que VT seja sempre muito cobradora, isto é, cobre
dos políticos e dos órgãos públicos serviço a favor da maioria.
Eneida
Cintra: Como
era (ou é) feita a seleção de matérias para a produção do jornal?
·
ECS:
VT é jornal regional, portanto, o noticiário é o assunto do dia. Quanto a
assunto nacional e internacional, são os que mais têm relação com o
interesse da população da cidade. Em matéria opinativa
(página 2) procuramos dar espaço para várias opiniões.
Eneida
Cintra: Quais
as mudanças que ocorreram no jornal (visualmente, politicamente...)?
·
ECS:
VT passou por todas as modificações gráficas, desde composta em tipos móveis
e impressa em máquina tipográfica Minerva até composição e diagramação em
computador e impressa em rotativa off set
de 4 cores. Inicialmente, seu formato foi tablóide enquanto impressa no
primeiro ano na Gazeta de Assis e em máquina impressora Minerva. Depois, passou
a ser impressa no formato standard. Mais tarde, adquirimos rotativa tipográfica (adptada para off-set)e seu formato passou a ser o da máquina, acho que 46 cm de altura por 33 cm de largura.
Politicamente,
não houve bem alteração. Há sim uma tendência pessoal que transparece em
razão da diferença de visão de cada editor. E o fato de não estar eu
residindo em Assis, procuro dar ao Eli e aos editores de VT maior liberdade possível,
temendo que o jornal perca o contacto com a comunidade. Isto pode dar alguma
incoerência ao jornal, mas maior liberdade aos jornalistas e implica em melhor
informação aos leitores.
Eneida
Cintra: Como é - e era – a relação do jornal com outros jornais
da cidade? E com o jornal de oposição - se existe – ao VT?
ECS:
Fico muito triste quando há alguma polêmica com outro jornal na cidade. Eu
mesmo tive alguma briga pelo jornal com Nélson de Souza há muito tempo atrás.
E
me arrependo muito disso. Acho até que a divergência de opinião entre os
jornais é de certa forma salutar do ponto de vista informativo. O que oriento
em VT é para não entrar no campo pessoal e não envolver as empresas jornalísticas
na discussão.
O
objetivo é discutir o assunto em si, sempre com a finalidade de informar o
leitor para que ele forme a sua opinião.
Eneida
Cintra: Como
o jornal trata temas como a educação, cultura e agroindústria?
·
ECS:
Quanto à educação, defendemos a escola pública.
É
a pergunta que sempre fazemos "se Governo não serve para cuidar da educação,
da saúde e da segurança, para que serve o Governo?"
Quanto
à cultura sempre procuramos dar maior espaço possível, mas a nossa editoria
é eclética, o espaço infelizmente é sempre reduzido. Quanto à agroindústria, procuramos dar muita informação
sobre o assunto, pois a nossa região é bastante agrícola.
Eneida
Cintra:
Qual
o posicionamento do Jornal em momentos importantes da história do nosso país
como, por exemplo, o período da ditadura militar? Enfrentou algum tipo de
dificuldade como a censura?
·
ECS:
O período mais sério foi mesmo em março e meses subsequentes de 1.964. Todos
os nossos amigos e companheiros políticos ficaram assustados. Norberto
Ferreira, vereador do MTR e prof.
Onosor Fonseca, tinham sido presos; conversei com Abílio Nogueira Duarte e ele
estava assustadíssimo, vendo seus amigos presos e chamados para depor. Eu tinha
publicado uma entrevista com o vereador Feliciano Barbosa na véspera do golpe
militar. Coloquei o seguinte título: "Feliciano quer lei (reforma) agrária".
Em
razão disso, pois quem tinha falado em reforma agrária já era considerado de
extrema esquerda, ele também fora preso.
Eu
havia, na véspera do golpe, enviado uma carta para Leonel Brizola, dando parabéns
a ele por suas posições políticas que ele havia tomado e lhe solicitava
entrevista e foto para publicar. Logo após o golpe, li em jornais que as
correspondências de Brizola tinham sido apreendidas e em cima delas se fariam
investigações.
Além
disso, o delegado que fazia a repressão em Assis, cujo nome não me recordo,
era radical. Então fiquei, convicto de que seria chamado a depor e até preso.
Eu ainda morava em Assis, mas tinha sido removido para Presidente Prudente, pois
o delegado regional da Secretaria da Fazenda ao qual era subordinado, de família
adhemarista, já havia me removido de Assis.
Assim,
infelizmente não me senti com liberdade e não tinha condições psicológicas
de publicar matéria sobre a repressão em Assis.
Fico
muito triste quando me lembro disso, pois acho que acabei por me auto-censurar
mais do que precisava.
Ainda,
logo após ao golpe, recebi correspondência de um amigo meu, Ronan de Oliveira,
ex-colega de colégio em São Paulo, que
tinha sido preso em Divinópolis, porque criticara no jornal local a atuação
da repressão, que fazia o Exército na sua cidade. Lembro que senti vontade de
publicar sua carta na qual me relatou o ocorrido em Voz da Terra. Mas
infelizmente, não tive coragem.
Ronan
faleceu alguns anos mais tarde, pois tinha problemas cardíacos e hoje é nome
de rua em Divinópolis.
Censura
diretamente, porém, nunca tivemos, talvez porque os órgãos de repressão não
tivessem interesse ou organização suficiente para impor essa censura.
Lembro-me também de receber uma correspondência do 2.º Exército sugerindo
que não se falasse sobre determinados assuntos e pedindo que publicássemos
artigos de um articulista falando bem da "revolução". Houve na época
também uma perseguição a professores e intelectuais e, em Assis, isto foi
muito forte. Alceu de Amoroso Lima (Tristão de Ataíde) escreveu um artigo na
Folha de São Paulo, intitulado "Terrorismo cultural". Eu, então,
tive a "coragem" de escrever um artigo, com o pseudônimo de Araão de
Assis, comentando a crítica de
Tristão de Ataíde e terminava por dizer: "...terrorismo esse de que também
foi vítima a Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras de Assis". Escrevi
também uma crônica, intitulada "Carta do exílio", acho que com o
mesmo pseudônimo. Nesta crônica, eu me imaginava um exilado político que
falava de sua situação e lembrava as
injustiças da repressão. Evidentemente, que isto que escrevi pouco serviu.
Apenas fez com que tivesse simpatia dos professores da Faculdade.
Eneida
Cintra: Como
tentavam transpor essas dificuldades?
ECS:
Como a nossa editoria é regional, a nossa preocupação continuou sendo a
mesma. A de fortalecer o partido da oposição, que era o nosso grupo político,
que, de certa forma, foi sempre coerente.
Portanto,
sempre prestigiamos o MDB em Assis, que era liderado por Santilli Sobrinho, Abílio
Duarte, Hélio Rosas e Tuffi Jubran; Tuffi mais tarde, quando prefeito, não
resistiu a pressão, deixou o MDB e
se filiou à ARENA. Por isso, foi fortemente criticado na época pela VT. Acho
que este caminho nosso foi certo, pois o MDB de Assis sempre elegia dois
deputados, um federal, um estadual e elegia o prefeito; era a segunda cidade de
São Paulo, onde o MDB era forte; a outra era Campinas. E todos sabemos que a
redemocratização do País se deveu à união dos democratas no então MDB.
Acho que fizemos pouco, mas fomos coerentes e tivemos alguma participação no
fortalecimento do MDB em Assis.
Eneida
Cintra: Para
o jornal quais são hoje os fatores de desenvolvimento e progresso para a cidade
de Assis?
ECS:
Assis nunca foi uma cidade de muita indústria. Acho que o desenvolvimento de
Assis deve se dar por uma preocupação maior com o traçado da cidade, mais
investimento na infra-estrutura e se conscientizar de que a sua vocação, além
de agrícola, deve ser a prestação de serviço em sentido amplo, que gera mais
emprego do que a indústria de transformação e menos poluição, portanto,
pode oferecer mais qualidade de vida a seu povo.
Eneida
Cintra: Qual
a importância da faculdade para a cidade de Assis, tanto a Fema, quanto a
UNESP?
·
ECS:
Quando fui nomeado auxiliar de fiscal de rendas e tinha que escolher uma cidade
do interior para morar, escolhi Assis, porque, pesquisando no IBGE, soube que
Assis tinha uma faculdade de letras e vim para Assis, pensando em cursar a
faculdade.
Não
deu certo, porque os cursos eram diurnos. Se naquele tempo, a Faculdade já era
um fator de interesse para morar ou escolher como cidade de residência, hoje
mais ainda. E o envolvimento do corpo docente e dos alunos na vida da cidade,
com certeza, é muito importante.
Eneida
Cintra: Em
sua opinião, qual a função da imprensa do interior?
ECS:
As pesquisas em todo mundo indicam crescimento somente na imprensa regional. A
grande imprensa disputa o mesmo espaço, inclusive com a internet. Os grandes
jornais em termos de noticiário não sabem como se diferenciar uns dos outros.
São quase cronados. Os jornais regionais, na medida em que as cidades crescem,
crescem juntos; podem facilmente concorrer com os grandes jornais, além de
oferecer noticiário local, impossível de ser feito pela grande imprensa. A função
da imprensa é informar o mais possível e debater os problemas da cidade, na
certeza de que só um povo, que sabe o que quer, tem um bom governo.
Eneida
Cintra: Em
que medida ela se diferencia da grande imprensa?
ECS:
A diferença é evidentemente a cobertura aos assuntos de interesse regional. A
diferença do noticiário da grande imprensa, mesmo quando fala de Assis, é que
nós escrevemos para Assis e a grande
imprensa, vez por outra, fala de Assis
para seus leitores, ouvintes ou telespectadores.
Eneida
Cintra: O
jornal do interior, no caso o VT, procura ser um formador de opinião?
ECS:
Nós nos esforçamos para isso. Acho que ninguém é imparcial. Devemos ser
sinceros, mas nunca imparcial.
Porém,
como não podemos, nem devemos nos julgar donos da verdade; entendo que deve
haver um esforço muito grande por parte da redação para dar espaço a quem
tem opinião diferenciada da nossa.
Eneida
Cintra: Qual
o publico, classe social, ou segmentos que o jornal pretende atingir?
·
ECS:
O objetivo é atingir a toda população de Assis.
Eneida
Cintra: Acredita
que o jornal tenha força política de decisão - ou influência ao menos – em
questões políticas?
·
ECS: O jornal tem realmente força política, quando o objetivo é esse. Não é hoje
o nosso caso; gosto mais do jornal quando ele não se preocupa com quem está no
poder, mas com a omissão das autoridades em enfrentar os principais problemas da
cidade e em melhorar a qualidade de vida da população.
Eneida
Cintra: O
VT representa a cidade, é essa uma de suas funções?
·
ECS:
VT não deve representar a cidade, mas sim espelhá-la. Acho que devemos é
cobrar das autoridades municipais, estaduais e federais melhor atenção e mais
serviço para Assis.
Eneida
Cintra: É
importante para uma cidade do interior como Assis, ter um jornal que a
represente, por que ?
·
ECS:
O jornal, normalmente, apresenta ou leva aos poderes públicos em todos os níveis,
as aspirações e necessidade de uma comunidade e, por isso, é muito
importante. Principalmente aos políticos, que são representantes do povo e tem
interesse eleitoral na cidade. Isto faz com que eles saibam o que a cidade quer
e necessita. |