História
da fundação dos
Origem
do nome Bexiga e Bixiga
O apelido Bixiga (até hoje o nome não existe oficialmente), que o povo colocou no bairro, teria origem em três hipóteses: 1.º - o nome teria sido dado pejorativamente porque os portadores de varíola (bexiga); 2. º - o nome seria oriundo de um matadouro, que existia na Rua Santo Amaro; 3.º - Do nome de família de algum ascendente de Antonio Bexiga, proprietário da estalagem do Bexiga.
Primeira
hipótese
1.º
- o nome teria sido dado pejorativamente porque os portadores de
varíola
(bexiga) se refugiavam
na Chácara do Bexiga, pois o Bairro do Bixiga nasceu na parte inicial da
Chácara do Bexiga, isto é, nos Campos do Bexiga. O historiador Nuto Santana, que foi chefe da subdivisão de Documentação Histórica do Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal de São Paulo, levanta outras hipóteses em seu livro "São Paulo Histórico".
Uma dessas hipóteses diz respeito à varíola ou
"bexiga" como era popularmente conhecida.
(1) São Paulo muitos surtos de varíola durante sua história.
Vem daí a hipótese já que o local serviu de refugio No entanto, isso não aconteceu só com o Bexiga.
Sabe-se que a
O mesmo se deu com a Rua de E esta rua nada tinha ver com o antigo bairro do Bexiga ou Chácara do Bexiga. Par volta de 1837, mais ou menos, a região propicia para isolar os doentes era o Pacaembu.
Acrescente-se que os negros de Santos ou do Rio de
Janeiro não entravam Portanto, o apelido bexiga era dado a pessoas ou lugares, que algum contacto tivessem tido com a doença. Talvez, pelo fato de aqui se refugiaram negros portadores de varíola, o nome Bexiga poderia ter tido essa origem. Segunda hipótese 3. º - o nome seria oriundo de um matadouro, que existia na Rua Santo Amaro.
Para o historiador
Antonio Egidio Martins, e Mais tarde, foi transferido para o final da hoje Rua Humaitá, junto ao Riacho Itororó (Av. 23 de Maio), no qual se vendiam ou davam bexigas de boi e de porco.
Já
Afonso A. de Freitas dá a sua versão quanto ao nome do bairro.
Para ele Bexiga viria de "bexiga de boi", que o dono da chácara
venderia e que era, na época, um negocio bastante lucrativo.
Segundo
Nuto Santana, essa é uma hipótese que deve ser considerada, pois, o negócio
de tripas foi bem explorado em São Paulo, existindo para sua venda,
inclusive, umas carrocinhas, que percorriam as ruas “ao chouto de umas
pilecas anciãs, enquanto o tropeiro (2) , no
alto da boleia, soprava numa trombeta de chifre, com toda força dos
bofes, umas notas em sustenido”. Além disso o matadouro foi naquelas cercanias fronteiriço à chácara, que talvez tivesse dado nome ao bairro.
Terceira hipótese
2.º
- o nome de
família de Antonio
Bexiga,
É interessante observar que Saint-Hilaire diz em 1.819:
"Existe em São Paulo uma ponte chamada Ponte do Bexiga e que talvez
tenha o nome do hoteleiro ou de algum de seus predecessores"(3)
.
Por que, então, esse "algum
de seus predecessores?".
Será
que a alcunha passou de pai para filho ou o hoteleiro não deu o nome ao
lugar e sim o lugar que lhe transmitiu o apelido? (4) João Batista C. Aguirra, porém, afirma que Antonio Bexiga, que lhe deu o nome ao bairro.
Consta inclusive que seu inventário se encontra em um dos cartórios de Santos.
Conclui-se que o nome de família Bexiga deu nome ao bairro, mais tarde este nome se transferiu para a Chácara do Bexiga e, posteriormente, ao novo bairro do Bixiga. fundado em 1º de outubro de 1878.
Na
"Reminiscência", de João Luiz Promessa, na relação dos sepultamentos na
Igreja de Santo Antônio de Santos (Livro aberto a oito de janeiro de 1726),
por Manuel Jerônimo de Oliveira (Ministro), o seguinte: “N. 15- Antônio
Bexiga, falecido em São Paulo em 13 de junho de 1857”, deixando a quantia de
100$000 de esmola para a Ordem Terceira. (4). Isto afasta a hipótese de que não se tratava de um apelido por ele residir em um antigo sitio de bexigosos ou ter sofrido da moléstia.
Bexiga era
seu verdadeiro nome de família. João B. C. Aguirra cita nomes, que poderiam ser ancestral do estalajadeiro Antônio Bexiga: Antonio Pereira Bexiga, também conhecido por Antonio Pereira Piques
Segundo Nuto Santana, pelo
recenseamento de 1.777, Antonio Pereira Piques estava, na época com
60 anos. Era casado com Joana Ignácia; viviam em companhia de uma
liberta, chamada Íria, e de dois agregados, além de seis escravos. (5)
Mas,
não resta dúvida de que, tomando por base o surgimento da denominação
Bexiga (entre 1.789 e 1.792), podemos concluir que Antonio Bexiga, o estalajadeiro, que hospedou Saint-Hilaire em 1819, não
deu o nome ao bairro.
O
mais provável é que teve origem no nome de seu pai ou avô, que tinham o
mesmo nome de família: Bexiga.
É de se destacar que, quando uma
determinada região ainda é muito pouco povoada, ou só uma pessoa a esteja
ocupando, a referência a ela se faz pelo nome de seu proprietário ou de quem tenha a sua pose. Em razão do nome ser bastante curioso e sem explicação conhecida, muitas lendas surgiram. Uma, que os escravos fugidos se escondiam nas suas imediações, outra que os senhores, proprietários de escravos, costumavam jogar escravos rebeldes do alto da Cachoeira, para castigá-los e/ou servir exemplo para que outros escravos, para serem mais obedientes e menos rebeldes. Outra ainda afirma que os negros, cansados da escravidão, pulavam do alto cachoeira para se suicidarem.
Imitavam Zumbi dos Palmares, que se
suicidou, gritando: "Morrer mil vezes do que viver escravo" O nome de família dos primeiros moradores era Bexiga. Nome pouco comum e ainda lembrava bexiga de boi, que era vendida ou dada por um matadouro, que existia na atual Rua Humaitá. Outra lenda ou hipótese, era a epidemia de varíola, que assolou São Paulo por muito tempo. E muita gente passou a entender que o nome do bairro teria origem na epidemia. As pessoas, acometidas da doença, ficavam com marcas semelhantes à bexiga em todo o corpo, inclusive no rosto. Daí as lendas envolvendo o bairro, as quais teriam surgido em razão de nome de família pouco comum.
O nome surgiu em 1.792
Embora
exista muita controvérsia quanto ao nome, pode-se, com certeza, definir a
data do aparecimento do nome Bexiga para a região: 1792 ou um pouco antes. Um documento, datado de 30 de janeiro de 1793, especifica que proprietários de carros deveriam conduzir 250 carradas de pedra do Bexiga ao Chafariz da Misericórdia, que estava sendo construído. E a citação mais antiga que se conhece da palavra Bexiga como nome da região. E como esse documento é de janeiro de 1.793, deduz-se que em 1.792 o bairro já era conhecido par esse nome. (8)
Portanto, o nome Bexiga para a região (antigo bairro, que se
restringia a hoje Praça das Bandeiras) surgiu 86
anos antes do nascimento do Bixiga, bairro iniciado pelos italianos quando
do loteamento de parte da Chácara do Bexiga.
Como
podemos observar, o local passou a ser conhecido
"vulgarmente por Bexiga", a partir de 1.792.
Mas,
a dúvida persiste sobre a verdadeira origem do nome Bexiga.
Na verdade, existem três
versões sobre a origem do nome do antigo bairro do Bexiga ou para o atual
Bixiga.
Não é fácil aceitar esta
hipótese, porque durante os séculos 18 e 19
havia muitos lugares em São Paulo, que tinham
2- A segunda hipótese é que
3- A terceira hipótese é
Em 1773, foi feito de
taipa de pilão "com toda a segurança" Na verdade nenhum historiador pesquisado afirma com convicção qual das hipóteses teria sido a verdadeira que deu origem ao nome Bexiga. Eu, porém, fico com a terceira.
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Referências
bibliográficas – desta página (1) Marzola, Nádia – História dos Bairros de São Paulo, volume 15- Prefeitura de São Paulo – Secretaria de Cultura – Dezembro de 1.979- página 35.
(2) Marzola, Nádia – História dos Bairros de São Paulo, volume 15- Prefeitura de São Paulo – Secretaria de Cultura – Dezembro de 1.979- página 37, citando Nuto Santana.
(3) Saint-Hilaire, Auguste de – Viagem à Província de São Paulo, págs. 161 e seguintes (4) Marzola, Nádia – História dos Bairros de São Paulo, volume 15- Prefeitura de São Paulo – Secretaria de Cultura – Dezembro de 1.979- página 35.
(5) Marzola, Nádia – História dos Bairros de São Paulo, volume 15- Prefeitura de São Paulo – Secretaria de Cultura – Dezembro de 1.979- página 36.
(6) Marzola, Nádia – História dos Bairros de São Paulo, volume 15- Prefeitura de São Paulo – Secretaria de Cultura – Dezembro de 1.979- página 37.
(7) Marzola, Nádia – História dos Bairros de São Paulo, volume 15- Prefeitura de São Paulo – Secretaria de Cultura – Dezembro de 1.979- página 35
(8) Marzola, Nádia – História dos Bairros de São Paulo, volume 15- Prefeitura de São Paulo – Secretaria de Cultura – Dezembro de 1.979- página 37
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