Gostaria de obter informações e possíveis fotografias de 
        uma antiga vila de moradores que havia na rua Santo Amaro, próxima do
        
        viaduto Jacareí.
        Esta vila, ficava próxima de uma garagem e seu terreno limitava-se com
        
        o terreno de um prédio de apartamentos duplex da rua Japurá.
        Agradeço pelo empenho pois, publiquei no site 
        
        www.saopaulominhacidade.com.br  a minha crônica intitulada 'Uma 
        Certa 
        Vila na Rua Santo Amaro - Bixiga'.
        
        Caro 
        Nelson,
        
        Caro Nelson,
        No começo da R. Santo Amaro, no lado esquerdo, próximo à Pça. da 
        Bandeira se encontra a antiga travessa particular Noschese com entrada 
        pela Rua Santo Amaro. 
        Lembro-me de visitá-la em companhia de Ítalo Bagnoli, historiador, que 
        escrevia sobre história do Bixiga no Jornal da Bela Vista. Andávamos 
        pela vila e ele ia contando histórias de várias casas, que já estavam 
        mal conservadas e lamentava a perda de memória do bairro.
        Mas, acho que você se refere a outra vila, que se localizava à direita 
        da R. Santo Amaro, depois da Rua Maria Paula, faltando uns 30m para 
        chegar à Rua Aguiar de Barros, onde é hoje um estacionamento, a qual era 
        conhecida como "Vaticano".
        Quando a conheci na década de 1980 já se transformara em cortiço. 
        Parece-me que o "Vaticano" se comunicava com outra vila com entrada pela 
        Rua Japurá, conhecida como "Navio Parado", que ficava em frente a onde é 
        hoje Câmara dos vereadores (Municipal). 
        
        Sei inclusive que o pai do 
        cantor Francisco Petrônio, que nasceu e se criou no Bixiga, era quem, 
        durante uma determinada época, administrou o local, conforme entrevista 
        que Petrônio concedeu ao Jornal da Bela Vista.
        Não sei se você se refere ao "Vaticano" ou ao "Navio Parado" ou a ambas, 
        pois, me parece, que eram interligadas.
        Sei que o Jornal da Bela Vista publicou fotos e textos escritos por 
        Ítalo Bagnoli sobre as três vilas os quais se encontram no arquivo do 
        JBV, mas não é fácil localizá-los nas coleções encadernadas de 37 anos 
        jornal.
        Mas, as informações na introdução de sua crônica abaixo dão ao leitor 
        alguma ideia de como era a vila onde você morou, quando diz:
         
        
        "Não 
        me lembro de seu nome e nem o número de sua porta, mas a vila de 
        moradores da Rua Santo Amaro, bem próxima do viaduto Jacareí, era única 
        em sua espécie. Tinha uma discreta entrada com um portão de madeira que 
        dava acesso a uma escadaria de muitos degraus para depois, outras 
        escadas (uma de madeira que dava acesso ao andar superior) fazia 
        descortinar um quase labirinto de pequenas casas, aconchegantes e 
        singelas.
        
        Não sei 
        quantos degraus. Eram muitos. Às vezes, de pequenos lances e patamares 
        com passadiços para as casas.
        
        Na 
        entrada principal, havia um alfaiate que atendia pelo também apelido de 
        “Seu Nenén” e que fazia as vezes de “porteiro do condomínio”, recebendo 
        correspondências e recados para os moradores. Fui seu freguês no 
        `blazer´ de meu casamento, confeccionado em casimira inglesa com corte 
        tipo `Luiz XV´
        
        A 
        vilinha limitava-se com o terreno de um dos prédios mais emblemáticos de 
        São Paulo, que fica na Rua Japurá, pois se trata de um prédio de 
        apartamentos “assobradados”. Isso mesmo. São apartamentos construídos 
        com sala, cozinha e banheiro na parte de baixo e os quartos na parte 
        superior, com acesso através de escada interna em cada unidade. 
        Construção muito interessante."
 
        
        
        
        
        
        
        
        
        
        
        
        
        
        A Rua Santo Amaro em 1927
    
	
	
        
        
        
        
        
        
        
        
        Esta rua originou-se do velho 
        "Caminho para Santo Amaro", aberto ainda no 
        século XVI, e que servia de ligação entre a Vila de São Paulo e o 
        aldeamento indígena chamado "Ibirapuera", este fundado pelo Padre José 
        de Anchieta em 1560. 
        Sendo, portanto, um dos mais antigos logradouros paulistanos, entre os 
        séculos XVII e XVIII a "Rua Santo Amaro" era considerada quase que uma 
        extensão da famosa "Rua Direita" que, descendo pelas encostas do 
        Anhangabaú (antiga Ladeira de Santo Amaro e atual Rua Dr. Falcão), 
        seguia até o "Largo do Bexiga" (atual Praça da Bandeira) e tomava o rumo 
        da encosta que levava ao "Caaguaçú" (espigão da Av. Paulista). 
        Em finais do século XIX, a sua extensão era a seguinte: começava no 
        "Largo do Riachuelo" (antigo "do Bexiga" e atual Praça da Bandeira) e 
        terminava na Av. Paulista. 
        Posteriormente, o trecho entre a Praça Perola Byington e a Av. Paulista 
        passou a fazer parte da Av. Brigadeiro Luís Antonio. 
        Por volta de 1822, um trecho da Rua Santo Amaro ficou conhecido como 
        "Rua do Curral", isto porque ela ficava nas proximidades do Matadouro 
        Municipal, este localizado na Rua Humaitá. 
        Segundo Antonio Barreto do Amaral (Dicionário de História de São Paulo) 
        ela teve ainda o nome de "Rua do Matadouro Velho" e "Subida do Bexiga", 
        todas elas, entretanto, são denominações de cunho popular.
         Egydio 
        Coelho da Silva