Família Coelho da Silva, oriunda da Ilha da Madeira
|
|
Meu avô paterno
Meu
avó paterno, chamava-se João Coelho da Silva, nome igual ao de meu
pai, e minha avó, Ana Rosa Gonçalves Coelho da Silva.
Sei
apenas que a história de amor deles se iniciou no navio, onde se
conheceram e o namoro e noivado duraram pouco, casando-se em seguida.
Na
Ilha da Madeira, não teria ficado nenhum outro irmão apenas seus pais.
Ao que me consta eram quatro irmãos, que vieram para o Brasil: João
Coelho da Silva, Manoel Coelho da Silva, Aires Coelho da Silva e Augusto
Coelho da Silva.
Um
deles, Manoel Coelho da Silva, ao que parece mais “vivo”, não
gostou do Brasil e resolveu emigrar para a Argentina. Mais tarde,
também não gostou da Argentina e decidiu emigrar para os Estados
Unidos. Como se vê, realmente era o mais “esperto” dos irmãos. Eu
nunca tive contacto com esse tio-avô, nem com seus descendentes. Soube
apenas há uns 15 anos atrás, que lá, nos Estados Unidos, ele
trabalhava no ramo de plásticos.
Um outro irmão,
também meu tio-avô paterno, Aires Coelho da Silva, tinha um
descendente, acho que era seu neto, Durval Coelho da Silva, que morava
em Santo André. É o quarto dos irmãos, chamava-se Augusto Coelho da
Silva e tinha descendentes, morando no bairro da Lapa em S. Paulo. Meu avó tinha o mesmo nome de meu pai, João Coelho da Silva, (o certo seria meu pai ter sido batizado com o nome de João Coelho da Silva Filho e meu irmão mais velho com o nome de João Coelho da Silva Neto)
Primeiramente,
foi morar em Jundiaí, juntamente com a minha avó, Ana Rosa Gonçalves
(Coelho da Silva), ainda solteiros. Sei que, mais tarde, casados, resolveram mudar-se para Botucatu, ainda no final do século. O motivo da mudança seria porque meu avó sofria de reumatismo e Jundiaí era, na opinião deles na época, muito frio.
]Acho
que a escolha não foi muito feliz, porque Botucatu, (na linguagem
indígena significa “bons ares”) sempre foi uma cidade fria e,
naquela época, com certeza mais ainda, pois está localizada a uma
altitude aproximada de 800 metros.
Meu
avó paterno, inicialmente foi colono, isto é, empregado na lavoura, na
Fazenda Velha em Botucatu. Ali aprendeu a lidar com café e, mais tarde,
veio para a cidade e foi trabalhar na Estrada de Ferro Sorocabana,
também como meu avó materno, de operário braçal em serviço de
conservação e implantação de trilhos. O serviço era pesado e duro,
tanto que o apelido desses operários, era “tatu de linha”, porque
viviam a fazer buraco para implantar dormentes. Era, provavelmente, o
serviço mais ruím, o pior remunerado e de menor prestígio na
hierarquia da Estrada de Ferro Sorocabana. Para ele e seus familiares,
porém, não era assim. Sua admissão na Sorocabana representava mais
"status", pois, era um emprego bem melhor do que ser colono de
fazenda de café.
Lembro-me
de comentários de meu pai, de que meu avó era muito trabalhador e
honesto. Meu pai se orgulhava dele por isso e a mesma norma, meu pai
fazia questão de seguir e procurava transmitir aos filhos.
Contava,
por exemplo, que, na Fazenda Velha, ele desenvolvia tanto o seu serviço,
que irritava seus colegas, que tinham que acompanhá-lo, para que o
capataz não fizesse comparação e lhes chamasse a atenção.
No
entanto, quando trabalhou na Ferrovia, o seu chefe de serviço
Não convencia seu chefe de que era doença e não má-vontade na
execução do serviço.
Ele,
como acontecia com quase todos os portugueses, que chegavam ao Brasil,
deveria ser bastante econômico e só gastavam dinheiro em coisas
imprescindíveis e o restante guardavam. Mas mesmo assim era difícil
fazer economia em pouco tempo, que levasse a poder adquirir
propriedades. E não morreu em Botucatu, mas sim em uma cidade, além de Botucatu, em Itatinga.
Soube apenas que minha avó foi avisada de que
ele estava passando muito mal e pediam que fosse urgente vê-lo pois
poderia até morrer. Sua enfermidade era grave. Viajou assustada para Itatinga, temendo que ele já houvesse morrido e que estivessem escondendo dela. E não deu outra. Ele já havia falecido e ela chegou em tempo de apenas ver o corpo, antes de ser enterrado no cemitério de Itatinga.
Contaram os parentes, onde ele se hospedara a última
vez, que estava com pressa de voltar a Botucatu. Pedira que o chamassem
cedo. Quando bateram na porta, não ouviram resposta nenhuma.
Insistiram
várias vezes, mas nada. Aí constataram que havia morrido de enfarto
fulminante. Minha avó providenciou o eerro em Itatinga e não pode avisar aos seus filhos, todos menores ainda, nem a seus parentes e amigos em Botucatu do falecimento do marido. Por isso, quando chegava o trem de passageiro a Botucatu, vindo de Itatinga e passava próximo à chácara antes de chegar à estação, todos corriam até beira da linha do trem para verificar se meus avós chegavam.
No dia seguinte, infelizmente, quando o trem
passou próximo à chácara, a uns mil metros antes de chegar à estação,
já a viram sozinha no trem, acenando com um lenço preto. Era a indicação
de que o marido morrera e já estava viúva. Minha avó e meus pais sempre nos transmitiram a informação de que o reumatismo, que o acompanhava há bastante tempo, seria o responsável pela sua morte prematura. Esta doença crônica teria deixado o seu coração fraco. Talvez fosse a interpretação da medicina na época.
Volta a página inicial - índice e portal para as páginas da História de nossa família |
Meu avô paterno João Coelho da Silva (1a. geração) (Não tenho foto - se algum parente a tiver favor ceder) Mãe e pai: nomes não pesquisados. Esposa: Ana Rosa Gonçalves Coelho da Silva (1a. geração) Foto provavelmente em 1942 com ais de 60 anos. Irmãos: João,
Manoel, Aires e Augusto. Filhos: Manoel, João, Antônio, José, Maria, Ana, Matilde e Marta. |