Biografia e autobiografia de gente sem importância

Egydio Coelho da Silva

 

Capítulo I

Narcisismo ou valor histórico

 Resolvi escrever este livro, que conta a história da minha família e, conseqüentemente, estará inclusa a minha autobiografia. 

Algumas pessoas podem entender que a motivação seja narcisismo e até vaidade. 

E eles talvez tenham um pouco de razão; porque nada melhor do que uma autobiografia para falar bem do próprio autor. 

Por isso há quem diga que as autobiografias só servem para documentar a história de um período de tempo e dar uma visão da saga do autobiografado, em determinada atividade e/ou região. 

E, com certeza, quando o autobiografado é importante, para facilitar a pesquisa dos biógrafos, que colhem detalhes, que, muitas vezes, são impossíveis de se obter em pesquisa.

Infelizmente, a tendência do autobiografado é destacar somente as coisas, que lhe dão valor moral e, consequentemente, “esquece” as atitudes, que podem denegrir sua imagem ao longo de sua vida. 

Procurarei evitar isso, mas com certeza não conseguirei, como nenhum autobiografado conseguiu.

Tenho que agradecer a minha mulher, Nair, e ao meu filho, Paulo Egídio, as sugestões indiretas e os comentários sobre este livro, quando  tive a coragem de contar a eles a minha intenção. 

A Nair não resistiu e afirmou:

-Tanta gente importante, que deveria fazer autobiografia, não faz. E você vai fazer, por que?

Por isso, devo agradecê-la porque ela me forneceu o título do livro, "Biografia e autobiografia de gente sem importância". 

E meu filho, Paulo, achou boa a idéia e comentou:

-Eu gostaria de ter tanto tempo como você, papai, que pode até escrever a própria autobiografia.

Achei inteligente a sua observação e resolvi, por complexo de que estaria perdendo tempo com um livro - que provavelmente não será lido nem por meus familiares - a dedicar apenas 15 minutos por dia, a escrevê-lo. 

Durante mais de uma ano, adotei esse método de escrever diariamente durante os primeiros quinze minutos de trabalho do dia.

Mas, infelizmente, nos últimos tempos, nem quinze minutos me foi possível encontrar para dar prosseguimento a este livro.

Por isso agora, decidi que só vou escrevê-lo, quando, em fins de semana ou em feriados prolongados, estiver no litoral ou outro lugar em passeio.

Bem, acho que está na hora de eu deixar de contar a você, leitor, minhas intimidades e parar de praticar a metalinguagem sobre autobiografias e passar a escrever a história de minha família.

10/05/97                                    

Histórias, eu aprendi que a gente começa do começo e termina no fim.

É assim que eu farei. 

Também não terei preocupação com a síntese, ao contrário, serei prolixo, porque isto não é um livro, que eu tencione editar e torná-lo vendável. 

Mesmo que um dia isso venha a ser viável, eu não gostaria de vê-lo publicado, enquanto as pessoas citadas nele, estejam vivas. 

Ele contém muitas intimidades e eu não gostaria de magoar ninguém.

Estes perfis biográficos e autobiografia se destinam, na prática, apenas a meus descendentes, diretos e indiretos, que, eu suponho, gostarão de saber sobre os seus antepassados, como eu leria, com muito prazer, qualquer biografia ou autobiografia, que algum ancestral meu tivesse escrito. 

E também porque entendo que tem valor histórico.

Terá interesse em lê-lo também quem desejar estudar a história regional, no período de tempo de minha vida, das cidades de Botucatu, Assis, Ourinhos, São Paulo (Bixiga) e Monte Verde-MG. 

Poderá também ter interesse quem desejar estudar o jornalismo regional, onde venho atuando há mais de 40 anos. 

A quem queira estudar as dificuldades do futebol varziano em Botucatu, também este livro poderá servir de fonte de pesquisa. 

Fora essas pessoas, somente um ou outro "masoquista" poderá se interessar por sua leitura.

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