AJORB - ASSOCIAÇÃO DOS JORNAIS DE BAIRRO DE SÃO PAULO
EM 10-ABRIL-2.001
Ajorb on line em
10-abril-2.001
Falece Ary Silva, um dos
fundadores da AJORB
Faleceu em São Paulo, dia seis de abril último, o jornalista
Ary Silva, que foi um dos fundadores da AJORB - Associação dos Jornais de
Bairro de São Paulo.
Era proprietário e diretor do jornal semanário A GAZETA DA
ZONA NORTE, que também foi fundado por ele.
Na qualidade de comentarista na área esportiva, durante longos anos, foi figura de grande
destaque no rádio e na televisão.
Marcou presença como líder comunitário estando sempre à
frente das principais reivindicações que beneficiaram o bairro de Santana e a
Zona Norte.
Como tal, ocupou através do voto popular uma cadeira na Câmara
Municipal de São Paulo, exercendo
o mandato de vereador por várias legislaturas consecutivas.
ARY SILVA, jornalista ativo, participante incansável
da vida comunitária e muito fez para o engrandecimento da imprensa de bairro em
São Paulo.
Deixa para todos, que o
conheceram, a saudade do profissional competente, de pessoa íntegra, honesta e
do amigo leal.
Ajorb on line em
13-abril-2.001
O texto abaixo foi publicado na
Gazeta do Ipiranga dia 13/04/01.
O
mestre dos comentaristas
“Torcida amiga, bom dia!”
01. Era com a frase acima que o jornalista Ary Silva
começava a coluna de esportes que diariamente abria as páginas de esportes do
Diário de São Paulo, famoso vespertino de Assis Chateaubriand. Era um tempo em
que as pessoas almoçavam em casa e, todos os dias, esperava meu pai chegar para
a “bóia” com o jornal dobrado embaixo do braço. Queria saber o que o
mestre dos comentaristas tinha a dizer sobre o fascinante mundo do futebol. E
mais: sempre que podia, acompanhava sua opinião abalizada pelas transmissões
esportivas da TV Tupi, também de Chatô, onde dividia microfones como cobras do
jornalismo da época - Geraldo Bretas, Maurício Loureiro Gama, Carlos Spera e o
inconfundível repórter Tico-Tico que, por sinal, era aqui do Ipiranga...
02. Aos olhos do garoto embevecido pelas coisas da
bola, o nome de Ary Silva tinha peso de verdade. Essas verdades que de tão
absolutas, mesmo no imprevisível planeta do futebol, são definitivas, dogmáticas.
03. Aliás, o pai, em conversas com os amigos, sempre
referendava os propósitos de Ary Silva com argumento irrefutável: o homem
havia participado da comissão de especialistas que o doutor Paulo Machado de
Carvalho convocou para traçar o planejamento da seleção brasileira que
participou e venceu o Mundial de 58 na Suécia. Era um exemplo de sensatez, ética
e justiça.
04. Já homem feito, jornalista de Gazeta do Ipiranga,
conheço um outro Ary Silva: líder comunitário atuante, depois de um breve período
como vereador por São Paulo, mas principalmente diretor-presidente de A Gazeta
da Zona Norte, jornal de sua propriedade, que chamava paternalmente de A Menina,
e que brigava pelos interesses de Santana (onde sempre morou) e região.
05. Assim como fizera em seus tempos de comentarista
ao fundar e ser o primeiro presidente da Associação dos Cronistas Esportivos
do Estado de São Paulo, o gênio empreendedor de Ary também criou a Associação
dos Jornais de Bairro (AJORB) ao lado de outros pioneiros como Durval
Quintiliano (à época a frente da Gazeta de Pinheiros), Armando da Silva Prado
(Gazeta de Santo Amaro) e Araci Bueno (Gazeta do Ipiranga). Foram os
precurssores dessa realidade vitoriosa que hoje é a imprensa regional na
Capital.
06. Mesmo atuando em campo
diferente, ao longo desses anos, Ary continuou a ser exemplo de sensatez, ética
e justiça. O jornalista morreu na sexta, dia 6, aos 84 anos. E o País perde um
referencial de virtude e honestidade. As boas lições de Ary vão nos fazer
muita falta...
R.C.M.
FÓRUM DE
JORNAIS DE BAIRRO: 28 DE MAIO DE 2010
De: Márcia Collarile.
Cidade: São Paulo. Estado: SP. País:
Brasil
Para: Fórum
sobre Jornais de Bairro
Egydio,
O ex-vereador e diretor de jornal de bairro, fundador da Gazeta de Zona
Norte, foi homenageado pela Câmara Muncicipal e a Ponte Cruzeiro do Sul teve
seu nome mudado para Ponte Ary Silva. Veja abaixo o texto disponível no site
do Clube Espéria. Abs.a todos.
"Ponte Cruzeiro do Sul ganhará nome de Ary Silva
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou o Projeto de Lei número 351/07, de
autoria do vereador Wadih Mutran, que muda o nome da Ponte Cruzeiro do Sul
para Ponte Curzeiro do Sul – Jornalista Ary Silva. Trata-se de uma homenagem
ao fundador do jornal Gazeta da Zona Norte, veículo de grande credibilidade
e porta voz da comunidade desta região da cidade. O Clube Esperia foi um dos
precursores da iniciativa de dar à ponte Cruzeiro do Sul o nome do saudoso
jornalista Ary Silva já que o mesmo integrou o quadro de associados entre
1941 e 2001, ano de seu falecimento. Como esperiota, Ary Silva foi
conselheiro e defensor incasável das causas do Clube, assim como de toda a
Zona Norte. O Projeto de Lei já foi sancionado pelo prefeito Gilberto Kassab
e transformado na Lei número 15.161, publicada no Diário Oficial de 18 de
maio de 2010. ".
Cara Márcia,
Essa homenagem a Ary Silva também é uma homenagem a todos os diretores de
jornais de bairros. Pois Ary Silva sempre foi ícone, quando se fala em
jornal de bairro.
Além de fundador da Gazeta da Zona Norte, era cronista esportivo nos grandes
jornais e vereador competente e de destaque na Câmara Municipal de São
Paulo. Foi também fundador da Ajorb-Associação dos jornais de bairro de São
Paulo. Veja em:
http://www.ajorb.com.br/ajn-01-4-10.htm e
http://www.ajorb.com.br/aj-aniversario.htm Abs. grato pela sua
colaboração.
Abs.
Egydio Coelho da
Silva
FÓRUM DE
JORNAIS DE BAIRRO: 29 DE MAIO DE 2010
De: Márcia Collarile.
Cidade: São
Paulo. Estado: SP. País: Brasil
Para: Fórum
sobre Jornais de Bairro
Egydio,
Segue abaixo mais informações sobre a homenagem póstuma da cidade de São
Paulo ao jornalista de bairro ARY SILVA.a
A íntegra da publicação do Diário Oficial é a seguinte:
Gilberto Kassab, prefeito do Município de São Paulo, no uso das atribuições
que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câmara Municipal, em sessão
de 4 de maio de 2010, decretou e eu promulgo a seguinte lei:
Art. 1º - O logradouro público denominado Ponte Cruzeiro do Sul, na divisa
dos bairros do Canindé, Vila Guilherme e Santana passa a ser denominado
Ponte Cruzeiro do Sul - Jornalista Ary Silva. Parágrafo único. No mencionado
logradouro será fixada placa com os seguintes dizeres: “Ponte Cruzeiro do
Sul - Jornalista Ary Silva”.
Art. 2º - As despesas com a execução desta lei correrão por conta das
dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.
Art. 3º Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário. Prefeitura do Município de São Paulo, aos 17 de
maio de 2010, 457º da fundação de São Paulo.
Gilberto Kassab, prefeito.
Publicada na Secretaria do Governo Municipal em 17 de maio de 2010, Giovanni
Palermo, respondendo pelo cargo de secretário do Governo Municipal
Trajetória de vida
Ary Silva, filho do motorista de praça Antonio Justino da Silva, e de Maria
Benedicta de Moraes, que morreu meses depois de dá-lo a luz. Foi Ary criado
por sua avó materna, Maria Emilia de Souza, que era cozinheira do Palácio
Campos Elíseos, onde foi criado “com muito orgulho”, como se gabava o, mais
tarde, jornalista Ary Silva. Filho de negros, Ary nasceu no bairro do
Canindé, capital paulista, a 21 de junho de 1917.
Estudou com livros dados, mas estudou e se formou advogado, pela Faculdade
de Direito do Largo São Francisco. Começou, porém, a trabalhar cedo.
Primeiro foi ser vendedor de rádio, mas não conseguiu vender nada, e logo
foi ser redator e revisor de jornal. O pai de Ary tinha um amigo que era
chofer do famoso jornalista e empresário Assis Chateaubriand, e foi aí que o
jovem estudante de Direito se deu bem. Logo conseguiu o emprego no jornal,
setor de esportes. Com seu primeiro salário comprou uma caneta Parker, e um
terno. “Andava na estica”, o jovem Ary.
Era advogado e jornalista, sempre ligado ao esporte. Foi então para a Rádio
Bandeirantes, e cobriu a Copa do Mundo, em 1938, trabalho que outros
desprezavam. Foi em Caxambu, Minas Gerais. E foi aí que Ary Silva tornou-se
o primeiro comentarista esportivo do rádio brasileiro. Da Bandeirantes
passou para as Emissoras Associadas de São Paulo. Sempre rádio. Até se
transferir para a Rádio Excelsior (em 1966 absorvida pelas Organizações
Globo) em 1964, onde ficou até por volta de 1970. Antes, em 1950, quando
chegou a televisão, Ary Silva também foi chamado para participar. Quase
todos os elementos do esporte, quer do rádio, como da televisão, eram
formados em Direito, e nisso se incluía Ary. Mesmo porque a própria
profissão exigia muito improviso. E foi por isso também, que vários deles se
encaminharam para a política, o mesmo acontecendo com Ary. Ele fez sucesso
com seus trabalhos na Federação Paulista de Futebol, onde foi Diretor do
Departamento de Árbitros. Isso o consagrou e o fez vereador pelo Partido
Republicano, inicialmente.
Embora achando que não tinha jeito para a política, foi eleito duas vezes,
para a Câmara dos Vereadores de São Paulo, e duas para a Assembléia Estadual
de São Paulo. Na terceira vez porém, não foi reeleito, para surpresa de
todos e dele próprio. Teve então que repensar sua vida, após ter recebido
mais de mil presentes, cartas e votos de solidariedade. Ary Silva deixou a
política, mas não deixou a luta. Havia pedido demissão da Globo, mas
continuou no jornalismo.
Morador do bairro de Santana, Zona Norte de São Paulo, havia fundado a
“Gazeta da Zona Norte”, em 1963. A ela passou a se dedicar inteiramente.
Alguns amigos estavam com Ary Silva, entre eles Helle Alves, jornalista, que
também o havia assessorado nos oito anos em que esteve na Assembléia
Legislativa de São Paulo. Muitos outros colaboraram com Ary, já que ele teve
sempre muitos amigos e companheiros. A luta com seu jornal de bairro foi
intensa. E além disso já tinha tido o trabalho como vereador .
E assim foi ele que, praticamente, levou a modernidade para a Zona Norte da
capital paulistana. Lutou pela construção da Ponte Cruzeiro do Sul, fez o
projeto da Av. Brás Leme, da Água Fria, da Av. Santos Dumont, enormes vias
de acesso àquela região. Além de praças de esportes, e benfeitorias voltadas
aos jovens, pelos quais ele sempre lutou. Ary Silva faleceu em 6 de abril de
2001.
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