Egydio Coelho da Silva
e Suely Silvae
História da fundação de Monte Verde
Capítulo VI– descoberta desta região Os bandeirantes apareceram na região em 1849
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“Monte Verde era
intocável nessa época, as pessoas tinham medo
daqui por existirem muitos animais” conta dona Anita
Bortz, cuja família chegou da Rússia
por volta de 1930, quando estourou a revolução".
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Texto de Suely Silva
Um pouco de história
É só imaginar como era no século XVIII,
quando os Bandeirantes, vindos de São Paulo, abriram
caminho em meio às matas em busca do ouro, criando
a pequena vila de Camanducaia (em 1849) e só em 1868,
foi criado o município.
Não
foi à toa que eles se apaixonaram pelo local.
A ambição pelo ouro e as riquezas
que a terra oferecia, foi fator importante para a formação
dos primeiros núcleos colonos e por fim as pequenas
cidades do Sul de Minas Gerais. Viajar pelo Circuito Serras Verdes, lembrando ser eles: Extrema, Itapeva, Monte Verde, Cambuí, Córrego do Bom Jesus, Estiva, Senador, Bom Repouso, Tocos do Moji, Paraisopolis, Consolação, Gonçalves, Toledo e Moji-Mirim é atravessar a historia e fazer uma viagem de sonhos.
De
belas paisagens e trilhas pouco conhecidas.
O município do Córrego,
que ao meu ver, é um dos mais belos da nossa região
tem uma história inusitada.
É uma imagem do senhor
preso, em tamanho natural. Nada falta a bela obra para se
tornar admirada. É a mais forte expressão de dor de sua fisionomia. Encontra-se exposta na oficina do dourador João Teixeira, em breve irá para o Brasil”. assim dizia “O Progresso Comercial” do Porto. Esculpida pelo português, Manuel Soares e pintada pelo dourador João Teixeira, é a segunda existente no Brasil e custou na época 400 mil réis.
A imagem, que por direito pertence ao
Córrego, quando foi levada a capela de Cambuí
para uma visita, precisou de muita gente para trazê-la
à força de volta. Hoje, é contado com muito
humor por seu Zé Polidoro, 97, um dos moradores mais
antigos.
Afinal, ele nos pertencia”,
conta seu Zé orgulhoso pela façanha, que viveu
na época.
Em agosto,
o Córrego recebe inúmeros romeiros para a
festa do Bom Jesus, que virou uma tradição,
completando quase 130 anos de história. São quase 400 anos de tradição. Tudo é movido a energia natural.
Seu Zé, já
na quarta geração de uma família de
imigrantes italianos, que ali chegaram e construíram
o engenho, é hoje o herdeiro.
Vale a pena conhecer o alambique do seu Zé, mais
ainda pela pessoa maravilhosa, que ele é por suas histórias. E também, outra curiosidade de Estiva, é a origem do seu nome. Em 1720, foi preciso construir um estivado de madeira roliça para que as tropas e cargas pudessem passar por ali. Na grande maioria eram os forasteiros, levando o ouro extraído de Minas Gerais para a capitania de São Paulo. Contam os antigos que o local era um pantanal, pior trecho da estrada, onde tropeiros viviam perdendo seus burros de cargas nos atoleiros existentes por ali. Daí então, originou o nome Estiva. A pequena Estiva hoje, também, diga-se de passagem, sem nenhuma estrutura hoteleira e gastronômica, tem sua beleza nos casarões ainda preservados e as cascatas com inscrições indígenas ainda desconhecidas por muitos.
Mas, é de Estiva que vai
para todo circuito e, em breve, para todo Brasil, as deliciosas
compotas da Alquimia Mineira, feitas com muita dedicação
pela moradora Roselene. Com muita luta e união, Tocos do Moji é uma cidade independente desde 1997.
Uma
cidade com apenas quatro mil habitantes, mas posso afirmar
que, quando cheguei a Tocos, imaginava uma cidade de menos
de dois mil habitantes de tão pequena.
Inúmeras cachoeiras cortando as
estradas e muitos picos para quem curtem a prática
de montanhismo.
Além
de transmitirem hospitalidade, é claro, característica
própria do mineiro autêntico, elas estão
contribuindo um pouquinho com sua arte para o desenvolvimento
do município.
Mas com um povo unido, como
pude perceber, e uma administração competente,
valendo ressaltar o nome do prefeito: Antônio Rodrigues
da Silva, Tocos tem tudo para crescer. Parabéns! Ainda faltam muitas trilhas a serem enfrentadas graças ao novo programa de turismo, produzido pela Visual Produções de São Paulo, no qual fui carinhosamente convidada pela produtora Leilla Tonin e o diretor Amauri Mauro, que estão me dando a oportunidade de trabalhar como roteirista do programa, que será exibido em breve pela Rede Mundial de Televisão. Até a “Próxima Parada”. Suely Silva |
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